Fev 24, 2014

A revista “Journal of aging and Innovation” tem ultrapassado todas as expectativas, como aliás, tem sido frequente com as várias iniciativas da Associação Amigos da Grande Idade.

Tendo aparecido numa área extraordinariamente exigente, como é a área da investigação e do conhecimento científico, tem vindo a impor-se, de uma forma sustentada, como uma publicação de interesse geral para todos os profissionais, preocupados com as questões sociais e de saúde da sociedade. Granjeou já um interesse muito diversificado e isso é significativamente demonstrado pelos acessos que temos como indicadores de consulta.

A sua curta vida e o interesse que despertou não deixa de nos demonstrar mais uma vez o vazio que existe na área do envelhecimento no que respeita á produção de conhecimento e de evidência, especialmente de uma forma inovadora que se deseja e mesmo Sem Título.png os preconceitos que persistem e teimam em impedir o desenvolvimento de muitas ideias e projectos.

Temos vindo a percorrer o caminho da construção de uma publicação que, temos a certeza, será uma referência nacional e internacional. É já referenciada em algumas bases de dados e infelizmente não o é em algumas dado o corporativismo que as mesmas gostam de manter, de olhos fechados e de costas voltadas a uma realidade que está em movimento e que fará com que os menos capazes fiquem para trás. O envelhecimento da sociedade e os fenómenos que o mesmo encerra deixarão pelo caminho muitos dos estruturadores de opinião feita, arrogante e pouco interessante do ponto de vista prático que nada contribui para uma sociedade melhor.

Esta publicação traz também hoje a divulgação das comunicações livres do Congresso Nacional da Grande Idade, um grande evento realizado pela Associação Amigos da Grande Idade e que marcou o ano de 2013, tal a relevância do acontecimento.

As comunicações livres destacaram-se pela enorme qualidade das mesmas e durante 3 dias foram apresentadas interruptamente por um conjunto de técnicos das mais variadas áreas académicas e profissionais, que tiveram oportunidade de apresentar os seus trabalhos. Estes trabalhos podem ser consultados nesta edição da revista e serão decerto instrumentos de muita importância para todos os que trabalham no envelhecimento e que dedicam o seu tempo a tornar esta fase da vida de todas as pessoas, mais feliz e mais conseguida.

A Associação tem conseguido manter um ritmo de trabalho que muito surpreende, mas que ao mesmo tempo se torna motivador para todos os que seguem esse trabalho e por todos os que sonham que podem influenciar mudanças na nossa sociedade.

A atividade formativa da associação representa cada vez mais uma referência nacional na gestão dos equipamentos destinados a pessoas idosas e a influência que começamos a pressentir necessita apenas de mais pessoas a acreditarem que envelhecer em Portugal não é obrigatoriamente um drama próprio das pessoas mais carenciadas e dependentes.

Anuncia-se para este ano novas dinâmicas da associação, cujo pilar central irá ser a doença crónica, o envelhecimento e a sustentabilidade. A Associação é ambiciosa e pretende demonstrar que, através do estudo profundo de algumas situações, pode influenciar a introdução de novas políticas e novos modelos de intervenção.

Terminado 2013 e fechado todo o processo que  colocou de pé o grande Congresso Nacional, vamos agora passar ao trabalho de campo, aprofundar conhecimento, propor inovação.

Rui Manuel dos Santos Fontes – Presidente da Direção da Associação Amigos da Grande Idade – Inovação e Desenvolvimento.

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Jul 31, 2012

A Associação Amigos da Grande Idade – Inovação e Envelhecimento, nasceu de um projecto. Um projeto, como tantos projetos que vão sendo feitos mas que não passam de intenções, habitualmente boas e até apelativas. Mas um projeto que se distinguiu à partida: não depender de apoios oficiais de entidades ou de subsídios ou de mecenas. Um projeto sustentável que valesse por ele próprio.

Outra coisa distinguiu este projeto de que, como Presidente, me orgulha profundamente: ser visível, divulgado, anunciado, notório.

Para isso foi preciso trabalhar intensamente, apresentar resultados, definir objetivos, planear e determinar estratégias.

Um dos passos foi participar em concursos e eventos que pudessem falar do nosso projeto, das nossas ideias, do nosso trabalho, conhecimento e experiencia.

Sentimo-nos pois muito compensados por hoje podermos servir de plataforma para inúmeros projetos na área do envelhecimento, por nos reconhecerem o mérito de conseguirmos passar projetos à prática.

Em Junho tivemos o nosso primeiro congresso, modesto, mas muito importante no panorama nacional, tentámos dar visibilidade a uma quantidade significativa de ideias, de trabalhos, de experiencias e de conhecimento que possa contribuir para melhorar os cuidados e serviços a pessoas idosas, alterar a imagem e estigma do envelhecimento e demostrar que não precisamos de copiar modelos mas que temos um potencial elevado para inovarmos, questionarmos e encontrarmos caminhos mais adequados e sustentáveis.

Sendo um homem de conhecimento baseado na prática, reconheço a importância fundamental do trabalho científico que, felizmente, cada vez responde mais às necessidades desse trabalho prático. É no conjunto do trabalho cientifico e da experiencia prática que devemos alicerçar os novos pilares de todo o modelo de serviços e cuidados na área do envelhecimento.

Fica aqui o meu modesto agradecimento a todos os que decidiram contribuir para o êxito desta iniciativa que foi o nosso evento, nomeadamente através de comunicações livres e pósteres do Congresso Internacional do Envelhecimento.

Rui Fontes – Presidente da Associação Amigos da Grande Idade – Inovação e Desenvolvimento.

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Editorial

Dez 31, 2011

A edição do primeiro número da Revista Envelhecimento e Inovação, é um marco histórico na vida da Associação Amigos da Grande Idade – Inovação e Desenvolvimento, da qual tenho a honra de ser Presidente.

Nascida em meados de 2008 a Associação tem vindo a percorrer um caminho de grande pragmatismo e de enorme visibilidade, conseguindo nestes últimos anos, transmitir em centenas de eventos, iniciativas e reuniões cientificas uma visão algo diferente do envelhecimento, das pessoas idosas e dos equipamentos destinados a estas pessoas, utilizando sempre um discurso de desconstrução dos conservadores preconceitos que a sociedade mantém em relação às questões das pessoas mais velhas.

Defendemos, como Kofi Annan, que o envelhecimento não é uma desgraça mas uma vitória de todas as sociedades e, ao mesmo tempo, uma oportunidade. Desconstruímos a ideia de que o envelhecimento tem a ver exclusivamente com o aumento da esperança de vida e julgamos que uma das razões mais graves é a
diminuição da taxa de natalidade, apresentando uma visão global do fenómeno e não nos deixando cair na tentação de parcelizar os problemas actuais. Apoiamos uma reforma estrutural da legislação que implica novos modelos de equipamentos e serviços destinados às pessoas idosas. Formamos técnicos, abrindo-lhes as perspectivas e dando-lhes novas ferramentas para melhor desempenharem as suas funções e fazemos, como ninguém, uma ligação permanente do trabalho científico à prática do trabalho diário no terreno.

A revista que agora nasce pretende ser uma mediatização de todo o trabalho que já desenvolvemos e que vamos desenvolvendo e que é espelhado por dezenas de técnicos que têm a obrigação de publicar os seus trabalhos, partilhar as suas ideias e propostas e dar a conhecer a sua investigação de forma a ser aplicada para melhorar os cuidados e serviços a Pessoas idosas.

Ao longo da minha curta mas preenchida carreira de gestor de uma unidade de cuidados e serviços para pessoas idosas fui realizando muito trabalho ao qual faltava a contextualização teórica e o acompanhamento científico. Foi com a integração de pessoas da área académica que esse trabalho começou a fazer sentido e a poder ser discutido, partilhado e, agora, copiado. Foi nessa altura que começamos a entender que a investigação científica tem que mudar alguns dos seus paradigmas e não pode ficar dentro dos gabinetes das escolas e universidades nem pode ser feito em função de interesses que não sejam os do mercado de trabalho e do desempenho prático no terreno.

A investigação científica tem que encontrar novos caminhos mas deve ser feita em função das necessidades do trabalho que os técnicos desenvolvem no dia-a-dia. É normal ouvirem-me dizer que antes de se escolher um tema para um trabalho de investigação deve falar-se com os técnicos dessa área e responder não a questões puramente académicas mas às necessidades que esses técnicos sentem no desempenho das suas funções. Sair da escola o mais possivel, ultrapassar os portões da universidade e acima de tudo perder a arrogância académica tão brilhantemente desenvolvida no nosso pequenino País e cujos resultados são lamentáveis em função da produção técnico-científica que temos, especialmente na área do envelhecimento.

Área do envelhecimento a que temos que dar cada vez mais importância, tanto do ponto de vista de respondermos às necessidades das pessoas como do ponto de vista da sustentabilidade de uma sociedade onde cada vez nascem menos crianças e cada vez se vive mais tempo. Também do ponto de vista de viver mais tempo com mais saúde.

Sabemos hoje pouco sobre os cuidados e serviços mais adequados às pessoas idosas. Continuamos a trabalhar nesta área baseados em modelos que nos forma
sendo passados e que assentam no chamado conhecimento do “olhómetro”: vimos, logo copiamos. Não existem modelos sustentáveis e de qualidade para serviços de
cuidados domiciliários, para centros de dia, temos lares que mantem ofertas que tinham há praticamente um século, não criamos evidencia na área da ocupação, lazer e recreação, não estudamos quaisquer indicadores nestes equipamentos, não temos princípios de organização de trabalho, de gestão, de planeamento, de estratégia, de comunicação, etc. A área do envelhecimento e todas as suas questões práticas não estão na ordem do dia e o trabalho que se desenvolve estuda aparentemente um idoso que não existe e que faz parte do imaginário de muitos e muitos académicos.

A Revista que agora se edita pretende ser um espaço de livre opinião com critérios técnico-científicos mas não impeditivos de publicação do que se entender importante para todos os interessados nas questões do envelhecimento.

A manutenção da Revista e a garantia da sua periodicidade semestral é o principal objectivo, tendo também a pretensão de uma edição em formato papel para maior divulgação. Mas estamos habituados a ser pacientes e a fazer o caminho certo pelo que não teremos quaisquer precipitações. A Revista representa uma das áreas de desenvolvimento da Associação e será com esta modéstia que percorreremos o caminho necessário a impô-la na comunidade académica e no sector operacional, contando com muitos amigos e algumas personalidades de relevância nacional que acreditam em nós. É uma publicação que vai sair sem qualquer patrocínio, sem qualquer subsidio ou outro financiamento que não seja o trabalho de cidadania exercido pelos elementos da Associação e seus colaboradores.

Esperamos pelo apoio de mais e mais amigos e pelos seus artigos, trabalhos ou mesmo, simplesmente, informação relevante que julguem ser interessante partilhar.

É meu desejo, ocupando estas funções na Associação ou não, que este número da Revista, modesto é certo, mas convicto do caminho a percorrer, seja um passo
decisivo para mais uma iniciativa preenchida de êxito.

Bem-vindo Revista On-line Envelhecimento e Inovação.

Rui Fontes – Presidente da Associação Amigos da Grande Idade – Inovação e Desenvolvimento.

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