O 1º Congresso Internacional do Envelhecimento surgiu de uma necessidade de responder a um número significativo de insistências para que a Associação Amigos da Grande Idade marcasse o País com um evento de relevo no Ano Europeu do Envelhecimento Activo e Solidariedade Intergeracional.
Não fazendo a apologia de realizar actividades e desenvolver mais trabalho para justificar as datas comemorativas, mas entendendo que o papel da Associação é já hoje determinado por um conjunto muito alargado de pessoas e que foram geradas expectativas muito elevadas sobre o nosso trabalho, construímos um Congresso que marcou o ano de 2012 e que juntou um conjunto de personalidades de enorme relevância nacional e internacional em dois dias de absoluta partilha de conhecimentos e vivências variadas.
Cedo se percebeu a importância do evento tendo sido recebidas, na fase preparatória, mais de uma centena de propostas para comunicações livres e cinco dezenas de propostas para posters, bem como uma aceitação quase geral aos convites enviados para oradores, Comissão Científica, Comissão Organizadora e Comissão de Honra.
O Tagus Park acolheu um evento com quase um milhar de participantes e com extraordinárias novidades no discurso sobre envelhecimento e na atitude e comportamento em relação às pessoas idosas.
Ainda que mantendo o funcionamento da Associação sem qualquer estrutura profissional fixa e julgando que a periodicidade deste evento nunca seria anual, pelo âmbito e dimensão que o 1º Congresso atingiu, não podemos deixar de inflectir e voltar a responder às solicitações e expectativas que nos foram chegando tanto oriundas do nosso panorama nacional, como internacional.
Tentamos pois, voltar a surpreender e temos a certeza que vamos conseguir. Já sabemos que a Associação contribuiu em muito para a mudança do discurso informal e institucional: faz-se hoje uma abordagem mais pragmática a muitos assuntos relacionados com o envelhecimento e com as pessoas idosas e caíram barreiras linguísticas que só serviam para esconder realidades dolorosas e incapacidades técnicas, práticas e académicas. Estamos mais próximos dos nossos parceiros europeus e nada será como há escassos anos a esta parte.
A Associação defende cinco medidas[1] essenciais para a transformação desta área. Alargou os seus objectivos recentemente, introduzindo os princípios da funcionalidade, liberdade e felicidade nos cuidados e serviços para pessoas idosas, continuando a postular ainda assim o que considera dogmático: sem novos modelos de oferta de cuidados e serviços ancorados na prevenção, sem novos caminhos na área do financiamento, sem legislação adequada, sem controlo de recursos e sem formação, não existe qualquer envelhecimento com futuro e sustentado. É a morte, não das pessoas idosas, mas do próprio País. O modelo assistencialista chegou ao fim.
Queremos pois, continuar a discutir estes assuntos, mas de uma forma simples, tranquila e feliz, trazendo até nós as vozes que habitualmente não se preocupam com estas questões mas que determinam a opinião e a política nacional. Queremos mediatismo e visibilidade nacional e internacional e, como sempre tem acontecido, vamos atingir os nossos objectivos. Esperamos por si para podermos ter um envelhecimento com futuro e de futuro em PORTUGAL.
Rui Fontes